Glórias ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no Princípio, Agora e Sempre, amém.
A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo amados!
A história da humanidade, desde seu princípio e ao longo de toda sua existência, pode ser definida como a história do constante diálogo e comunicação entre Deus e os homens. No Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 52 e 53, encontramos: “Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-Lhe, de conhecê-Lo e de amá-Lo bem além do que seriam capazes por si mesmos. O projeto divino da Revelação realiza-se ao mesmo tempo por ações e por palavras, intimamente ligadas entre si e que se iluminam mutuamente. Este projeto comporta uma “pedagogia divina” peculiar: Deus comunica-se gradualmente com o homem, prepara-o por etapas a acolher a Revelação sobrenatural que faz de si mesmo e que vai culminar na Pessoa e na na missão do Verbo encarnado, Jesus Cristo”. A ação e Revelação de Deus na história é dado concreto, material, apreensível pelos sentidos na própria Criação e, na plenitude dos tempos, pela encarnação do Verbo. “Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, pelos profetas; agora, neste dias que são os últimos, falou -nos por meio do Filho”(Hb 1, 1-2).
Ao Deus que nos criou e exerceu a iniciativa do diálogo, cabe ao homem a resposta da fé. A fé é a adesão plena à Verdade contida na mensagem por Ele dada e o reconhecimento e gratidão pelo amor que primeiro nos amou, amor infinito capaz de se entregar como sacrifício de Salvação, fazendo-se escravo ao invés de Senhor, servindo ao invés de ser servido, Criador que dá a vida pelas criaturas.
É sobretudo por meio da oração que o homem é capaz de responder à voz do Senhor, contida em sua Palavra, a Bíblia, e no Magistério da Santa Igreja Católica, sempre movida e instruída pelo Espírito Santo Paráclito em seus ensinamentos. Na oração, ao mesmo tempo em que elevamos nossa voz e nossa alma ao Senhor, Ele nos responde por meio da Sagrada Escritura e por meio das inspirações interiores do Espírito Santo. Ao entrar em intimidade com o Senhor através da oração, somos capazes de antecipar o céu e visualizar sua Glória e Majestade, quando no lar eterno O contemplaremos face a face.
No Gou Dominus de terça-feira (30/10), meditamos a mensagem contida no Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus, em seu capítulo 6, versículos 7 – 8, a qual nos veio por meio de nosso irmão Glauber, revestido do Espírito Santo e transbordante da sabedoria que gozam os tementes ao Senhor.
A constância na virtude da fé, na caminhada e no testemunho de vida cristã está intimamente ligada à intensidade e firmeza de nossa vida de oração. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14, 38).
Quando movidas pelo suave sopro do Espírito Santo e revestidas do manto santíssimo de nossa Mãe Maria, nossas orações são purificadas das imperfeições e impurezas derivadas da mancha impressa em nossas almas devido ao pecado original. Somente pela intercessão desta poderosa Medianeira podemos alcançar o céu, pois em nossa infinita pequenez, nunca poderíamos por nossos próprios esforços obter as graças que nos são dadas unicamente por Amor. Humilharmo-nos e reconhecer o nosso nada diante do Senhor é o primeiro e principal impulso a uma oração verdadeira; através desta ação, Maria nos leva em seus próprios braços e nos apresenta aos pés do Senhor.
Mergulhados em intimidade com Deus, intimidade possível somente quando mergulhados em profunda humildade diante do Criador, nossas orações são meio de santificação para os que estão ao nosso redor e para nós mesmos. No Antigo Testamento é na pessoa de Moisés que encontramos este modelo de vida de oração.“Deus falava com Moisés face a face, como um homem fala com outro” (Ex 33,11). É na entrega confiante de nossos caminhos que reside a grandeza da intimidade a qual gozamos quando “servos livres” do Senhor. “Toda a minha casa lhe está confiada. Falo-lhe face a face, claramente e não em enigmas” (Nm 12, 7-8), pois “Moisés era um homem muito humilde, o mais humilde dos homens que havia na terra” (Nm 12, 3).
No Novo Testamento, Jesus nos ensina a não sermos como os hipócritas, os quais pensam que serão atendidos em suas orações à força do número de palavras e da sustentação de uma falsa imagem de adoradores do Senhor (Mt 6, 5). Quando silenciamos o profundo de nosso coração, é o próprio Deus quem vê nossos desejos e súplicas: “Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais” (Mt 6, 8). Sabedores de que Ele zela por aqueles que esperam em seu Amor (Is 64, 4), devemos fazer de nossas vidas um constante dom de doação, entregando-nos à oração incessante por aqueles que, ainda seduzidos pelo espírito do mundo, não O conhecem ou n'Ele não encontram morada, e pela Santa Igreja Católica, para que todos os cristãos, unidos ao clero e ao Santo Papa, estejam firmes no combate dos últimos dias, “provação final que abalará a fé de muitos crentes” (CIC, §675), firmeza adquirida pela força da oração.
Salve Maria, Rainha dos Corações!
Do servo,
Adelino.
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